Título original: (Entre les Murs)
Lançamento: 2007 (França)
Direção: Laurent Cantet
Atores: François Bégaudeau, Nassim Amrabt,
Laura Baquela, Cherif Bounaïdja Rachedi.
Duração: 128 min
Gênero: Drama
Sinopse: François Marin (François Bégaudeau)
trabalha como professor de língua francesa em uma escola de ensino médio,
localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio
mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo do
ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e a falta de
educação são grandes complicadores. (fonte: http://www.adorocinema.com)
Reflexões.
A primeira impressão que o filme passa
é que a sala de aula se equipara ao um campo de guerra, onde professor e aluno
são inimigos e que estão sempre em confronto direto. O filme se passa em uma
escola na periferia da França, esta que tem como alunos adolescentes oriundos
do sul da áfrica, Ásia e America do Sul e claro alguns franceses, o que torna a
classe um misto de culturas, estas que querem ser preservadas por aqueles que
as carregam.
Nesse contexto temos o protagonista
François: professor, Frances e que leciona a disciplina de Língua Francesa. Até
aqui temos descrito o “campo de batalha”, mais não é bem assim que as coisas
acontecem, o professor ele quer ensinar seu conteúdo, ele se preocupa com os
alunos, ele é um bom professor que tenta administrar os conflitos que ocorrem,
pois ali temos um “choque de civilizações”.
François também pode ser visto como um
colonizador, por tudo que ele representa em sua própria figura, um típico
Frances e que ensina Frances e seu publico imigrantes, filhos de imigrantes e
estes têm uma cultura muito forte, dessa forma quando François impõe a cultura
do dito como civilizado, a cultura do Frances a um estranhamento por parte dos
alunos, este é o principal muro do filme, a meu ver o muro que separa as
diferentes culturas e separa o intercambio entre elas, muro este que reflete a
situação atual da França que recebe muitos imigrantes e que precisão destes,
pois necessitam de mão de obra.
Outros muros aparecem como o
isolamento das disciplinas, certa parte do filme o professor de historia quer
fazer uma relação de sua aula com a de François e isso não ocorre. François
oferece resistência. A escola como a educação em geral tem muitos problemas que
se comunicam de forma direta ou indireta com os problemas da sociedade este
filme demonstra claramente isso, o microcosmo corresponde ao macrocosmo. E
alguns dos problemas que temos no filme temos em outras classes, em outros
países.
Trecho
de uma entrevista de Laurent Cantet:
UOL - É um
filme sobre educação?
Cantet - Não, ele vai, além disso. Atravessamos os muros da escola para
falar da sociedade nos dias de hoje, das relações humanas, da noção de
autoridade, não só através da figura do professor, e de como as pessoas se
colocam diante dessa autoridade. O filme também aborda o fato de pertencer a
uma comunidade. O que isso significa? Como crescemos? Como transitamos entre
tantas culturas diferentes? São questões que não fazem parte apenas do universo
escolar, apenas um microcosmo num contexto maior.
UOL - Houve reação da parte dos professores?
Cantet - Sim, muitos se identificaram com o filme, com os problemas. Ao
mesmo tempo, as piores críticas também vieram dos professores. Alguns disseram
que criamos uma imagem pessimista demais para a escola. Eu acho o contrário: a
imagem é otimista e alegre, mesmo se trata de questões às vezes trágicas. Em
todo o caso, tentamos abordar o tema de maneira suficientemente complexa para
que o filme não aborde apenas o lado ruim da escola. Também acho que os
adolescentes sempre acabam surpreendendo em algum momento.
Conclusões
Este é um ótimo filme sobre as dimensões
culturais, choque de culturas e a relação sociedade dentro e fora da escola, a
forma como se conduz o filme, apresentando a ficção de forma documental torna
este filme uma obra belíssima mostrando a realidade que muitos não querem ver.