sábado, 5 de novembro de 2011

Entre les Murs (2007) França



Título original: (Entre les Murs)
Lançamento: 2007 (França)
Direção: Laurent Cantet
Atores: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaïdja Rachedi.
Duração: 128 min
Gênero: Drama
Sinopse: François Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e a falta de educação são grandes complicadores. (fonte: http://www.adorocinema.com)
Reflexões.
A primeira impressão que o filme passa é que a sala de aula se equipara ao um campo de guerra, onde professor e aluno são inimigos e que estão sempre em confronto direto. O filme se passa em uma escola na periferia da França, esta que tem como alunos adolescentes oriundos do sul da áfrica, Ásia e America do Sul e claro alguns franceses, o que torna a classe um misto de culturas, estas que querem ser preservadas por aqueles que as carregam.
Nesse contexto temos o protagonista François: professor, Frances e que leciona a disciplina de Língua Francesa. Até aqui temos descrito o “campo de batalha”, mais não é bem assim que as coisas acontecem, o professor ele quer ensinar seu conteúdo, ele se preocupa com os alunos, ele é um bom professor que tenta administrar os conflitos que ocorrem, pois ali temos um “choque de civilizações”.
François também pode ser visto como um colonizador, por tudo que ele representa em sua própria figura, um típico Frances e que ensina Frances e seu publico imigrantes, filhos de imigrantes e estes têm uma cultura muito forte, dessa forma quando François impõe a cultura do dito como civilizado, a cultura do Frances a um estranhamento por parte dos alunos, este é o principal muro do filme, a meu ver o muro que separa as diferentes culturas e separa o intercambio entre elas, muro este que reflete a situação atual da França que recebe muitos imigrantes e que precisão destes, pois necessitam de mão de obra.
Outros muros aparecem como o isolamento das disciplinas, certa parte do filme o professor de historia quer fazer uma relação de sua aula com a de François e isso não ocorre. François oferece resistência. A escola como a educação em geral tem muitos problemas que se comunicam de forma direta ou indireta com os problemas da sociedade este filme demonstra claramente isso, o microcosmo corresponde ao macrocosmo. E alguns dos problemas que temos no filme temos em outras classes, em outros países.





Trecho de uma entrevista de Laurent Cantet:
UOL - É um filme sobre educação?
Cantet - Não, ele vai, além disso. Atravessamos os muros da escola para falar da sociedade nos dias de hoje, das relações humanas, da noção de autoridade, não só através da figura do professor, e de como as pessoas se colocam diante dessa autoridade. O filme também aborda o fato de pertencer a uma comunidade. O que isso significa? Como crescemos? Como transitamos entre tantas culturas diferentes? São questões que não fazem parte apenas do universo escolar, apenas um microcosmo num contexto maior.

UOL - Houve reação da parte dos professores?
Cantet - Sim, muitos se identificaram com o filme, com os problemas. Ao mesmo tempo, as piores críticas também vieram dos professores. Alguns disseram que criamos uma imagem pessimista demais para a escola. Eu acho o contrário: a imagem é otimista e alegre, mesmo se trata de questões às vezes trágicas. Em todo o caso, tentamos abordar o tema de maneira suficientemente complexa para que o filme não aborde apenas o lado ruim da escola. Também acho que os adolescentes sempre acabam surpreendendo em algum momento.

Conclusões
Este é um ótimo filme sobre as dimensões culturais, choque de culturas e a relação sociedade dentro e fora da escola, a forma como se conduz o filme, apresentando a ficção de forma documental torna este filme uma obra belíssima mostrando a realidade que muitos não querem ver.